19 dezembro 2006

Furaro os óio do Assum Preto

R$ 12.800,00 é um ótimo salário


R$ 24.500,00 é só a ponta do iceberg.
Mais do que protestar contra o generoso
aumento de salário dos nossos representantes
no Congresso Nacional, precisamos fazer valer
os nossos direitos de patrão.

Como foi muito divulgado pela Justiça Eleitoral,
na recente eleição, todos eles são nossos empregados
e é nossa obrigação cobrar deles atuação impecável
e pagar por isso o salário justo.
Primeiro Educação, Saúde, Comida Barata, Equilíbrio
de Tributos e Segurança, depois a gente vê se
nossos empregados merecem um aumento.

Seria mais decente, votar pela permanência ou mesmo
a redução do salário e convocar a sociedade como
um todo para encontrarmos juntos a solução para
um país de todos, de verdade, produzir a tão almejada
igualdade social.

Já furaram os olhos do Assum Preto, prá ele poder cantar melhor.
Agora querem pisar na garganta.

08 outubro 2006

Voltei




Já tava sentindo falta dessa página.

Fase nova, a exposição tá quase pronta e agora é respirar fundo e esperar.

Foi um período de intensas emoções

De topar com gente de cabeça boa e outras nem tanto.

Agora é voltar prá Terra e continuar a jornada.

Obrigado aos que cruzaram meu caminho nesses 120 dias.

Beijos e Abraços carinhosos para todos.

12 agosto 2006

Caráter

Meu único patrimônio.
meu norte, meu tudo.

Faço o que faço e sou sincero.
Faça você o que quiser,
Eu nada espero.

01 agosto 2006

Gérbera



"Me apaixonei por você e me tomas por louco.
Desculpe te amar assim, não sabia que era pouco
".


A gérbera fugiu do artista
por conta de questões estéticas
o artista pintou cem quadros
e a gérbera foi fazer mestrado.

O artista ficou famoso
a gérbera virou doutora
um dia se encontraram
lá na festa do congado

Trataram de se entender
pois tinham muitas idéias
a gérbera virou paleta
o artista virou bailado.

E assim como de repente
o que ia dar em nada
virou um tremendo evento
de cores iluminadas.

Quando me amei de verdade


[A escada e o peixe - 21,9 x 29,7 cm - aquarela sobre canson
COPYRIGHT © 2006 - P2PEIXE]


Quando me amei de verdade, compreendi que, em
qualquer circunstância, eu estava no lugar certo,
na hora certa, no momento exato.
Então, pude relaxar.
Hoje, sei que isso tem nome ... auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que
minha angústia, meu sofrimento emocional, não
passa de um sinal de que estou indo contra
minhas verdades.
Hoje, sei que isso é... autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que
minha vida fosse diferente e comecei a ver
que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje, chamo isso de ... amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber
como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou
alguém apenas para realizar aquilo que desejo,
mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa
não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje, sei que o nome disso é... respeito.

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar
de tudo que não fosse saudável ... pessoas, tarefas,
tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo.
De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer meu
tempo livre e desisti de fazer grandes planos,
abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Agora, faço o que acho certo, o que gosto, quando
quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter
sempre razão e, com isso, errei menos vezes.
Hoje, descobri a.. humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo
o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me
mantenho no presente, que é quando a vida acontece.
Hoje, vivo um dia de cada vez. Isso é... plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha
mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas
quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela
se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... saber viver!

"Não devemos ter medo dos confrontos. Até os
planetas se chocam e do caos nascem as estrelas."

Charles Chaplin

24 julho 2006

Ciranda


[Santo Antonio 35,5 x 43 cm - aquarela, pastel sobre cartão
COPYRIGHT © 2006 - P2PEIXE]


Dança aqui essa ciranda
Bate forte no tambor
Roda a saia, bela moça
Põe no cabelo uma flor

Na batida dessa moda
Brilham luzes, move andor
O teu rosto de menina
Enche o meu peito de amor

Vem a chuva, vem o vento
Balançar os teus cabelos
E essa água tem o jeito
Do tear e dos novelos

Que o destino num momento
Fez a trama dessa dança
Corre aqui me dá um beijo
Vem brincar feito criança

Dança aqui essa ciranda
Bate forte no tambor
Roda a saia, bela moça
Põe no cabelo uma flor

05 julho 2006

Fazer o que manda o coração



Não importa o resultado, importa a atitude. Não espere reconhecimento ou aplauso. O que o coração faz não machuca. Se machucar não foi o coração.
Diga que ama, sorria, pense leve, seja autêntico.

O que o coração manda é Tudo de Bom.

03 julho 2006

A resposta está dentro

Mesmo entre os mais antenados, a busca das soluções sempre cai na mesma valeta - o lado de fora. O conceito hermético do "Conhece-te a ti mesmo" é sem dúvida um dos mais difíceis de se praticar. Antigamente, todo ser que buscava um contato mais direto com o Divino, encerrava-se em claustros, isolando-se do mundo e seu barulho ensurdecedor (sim, desde incontáveis tempos, mesmo sem os motores o mundo já era barulhento). Desde os monastérios em montanhas longínquas até os moderníssimos workshops terceiromilenistas, uma multidão de gente busca Deus, depois que todos os prazeres mundanos não fizeram calar aquele incômodo ruído que vem de dentro. Esse incômodo ruído, é a resposta. Significa que aquilo que pensamos ser a resposta, o estímulo sensorial do mundo exterior, turva e embaralha a resposta certa, que por vir da alma, que ninguém vê, acaba quase sempre relegada a segundo plano. A grande sacada está aí. O que não se vê sob o ponto de vista da vida material é o que contém a substância daquilo que se busca. Não se trata de dar nomes (esse é um sintoma de materialismo), mas chamemos de paz de espírito, auto-realização, plenitude, a lista é imensa. O mundo ainda hoje separa a vida material e a vida espiritual, formando fanáticos em ambos os extremos. Inexiste modelo que satisfaça a todos, salvo o modelo cósmico, que por não se engessar em conceitos e teorias limitantes e só poder ser experienciado individualmente é o único perfeito.
Se você pende para a vida material esgota as possibilidades do corpo, queimando combustível para realizar-se com bens materiais. Se você pende para a vida espiritual, também esgota combustível ficando em contato permanente com o éter e se realiza com experiências transcendentes, segundo a carne, mas egóicas segundo a Lei Universal da eterna troca. Quem sabe se um modelo humano menos desgastante seria o do intercâmbio entre vida espiritual e material? Uma coisa que vamos chamar de Prosperidade, uma mistura de realização material com realização espiritual. Intenções e desejos caminhando de mãos dadas, segundo Deepak Chopra. Podemos também chamar de Responsabilidade Social ou Consciência Ecológica. Alcança-se esse estado de Bem Aventurança, na medida em que se aprende a dosar necessidades pessoais e necessidades do meio em que se vive. É dedicar um tempo para si e um tempo para ensinar aos outros, o que aprendemos enquanto estávamos na caverna. É pregar menos e agir mais. É usar apenas um peso e uma medida na avaliação de tudo que nos rodeia. É lembrar que o corpo só fica doente quando a alma cansou de mandar sinais e não foi compreendida; que a necessidade e a falta são sub-produtos das crenças e defeitos do espírito; que os rituais só funcionam quando a alma compreende o significado da coisa em questão. Assim, de nada vale continuar indo só até a farmácia ou hospital; a jogar na loteria toda semana e frequentar uma igreja qualquer. É preciso servir com o melhor dos nossos talentos, uma coisa que seja, um amigo, uma informação casual na rua, uma oração simples agradecendo a vida pela plenitude que ela nos oferece em pequenos detalhes, apesar do ruído e das mazelas do dia-a-dia. E como isso não é um livro de auto-ajuda, mas um pensamento em voz alta, peço licença para ir cuidar de alguns detalhes significantes em minha vida, que dizem respeito ao que escrevi acima. Obrigado a todos pela ajuda!

22 junho 2006

Dar de beber a Lázaro

E clamando, disse: Pai Abraão tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Lucas 16:24

Dei para ser insano ultimamente, pois que a normalidade que cultivei por tanto tempo, nada transformava ao redor.
Cansei porque a distância entre o discurso e a ação, comporta um congestionamento paulistano de fim de tarde com tempo chuvoso.
Dar vez e voz aos oprimidos significa no primeiro momento, defrontar-se com lamentos e revoltas, porque foi isso que se gerou como sub-produto da postura excludente e elitista, que os grupos pretensamente dominantes mantiveram ao longo da história.
Não é possível, conceber o sentimento que vai no peito daquele que assistiu ao crescimento dos muros e o engrossamento do livro de regras, sentado na chaise long diante da lareira sorvendo uma dose de brandy.
Impossível também, conceber a fome, discuti-la, enquanto se vasculha o armário à procura de um digestivo para ajudar a digerir o assado servido no jantar.
É preciso viver do lado de fora do muro, é preciso ter passado fome.
Nascemos de um assalto, uma esquadra colonizadora, a rampa era feita da areia da praia, as vidraças de árvores e a sociedade constituída vivia pelada.
A fórmula se repete até hoje e as caravelas de agora, vem de todos os lados.
Tomam-se de assalto os lindos vales para construir hidrelétricas, invadem-se as florestas para produção de tábuas. Erguem-se muros com cerca elétrica e vigilância armada, colecionam-se livros para deleite das traças.
Se sabidamente esse modelo que está aí que favorece alguns em detrimento de muitos, não é mais suportável, ou bem engrossamos a fatia dos incluídos, ou todos nos devoraremos.
Ou bem abrimos as portas dos muros, ou a patrola do nosso pífio senso de segurança, vai derrubá-lo sobre nós. Ou bem repensamos o modelo consumista que limita de um lado e escraviza do outro ou veremos crescer os movimentos dos “sem”.
Sem terra, sem teto, sem camisa, sem comida, sem roupa, sem dente, sem escola, sem eira nem beira e aí teremos um país sem controle, sem respeito, sem oportunidade.
Somos radicais ao nos considerarmos eleitos de sei lá o que e atraímos então o radicalismo dos que sabidamente estão do lado de fora da estrutura de progresso e oportunidade.
A hierarquia linear que nos comanda, constrói líderes e liderados, uma hierarquia circular, colocaria a responsabilidade nas mãos de todos. Cada cidadão fazendo sua parte. Todos tendo acesso à escola e todos zelando dela, menos doutores e mais técnicos, nada de processos seletivos canhestros, mas de históricos construídos desde o mais tenro banco da escola infantil.
Ensinar sim desde a escola infantil, que somos todos humanos e com os mesmos direitos, sejamos da etnia, religião, sexo ou opção qualquer de vida. Que acima de tudo vem a liberdade de existirmos como indivíduos.
Enquanto nos encastelarmos egoisticamente na ilusão das conquistas pessoais, do primeiro eu, do f...-se os perdedores, limitando os saberes, desrespeitando as culturas e a diversidade, impondo um modelo único de perfeição, Lázaro estará estirado ao pé do muro, catando as migalhas do falso poderoso que haverá um dia de pedir a esse mesmo Lázaro que molhe a ponta dos dedos para acalmar a brasa ardente que o consome.

16 junho 2006

Argila Fresca




sou argila fresca entre teus dedos.
molda-me,
de tua mão não tenho medo,
não ofereço resistência,
transforma-me.
de que outro modo valeria a pena,
se não fosse assim,
se eu não me entregasse inteiro?

Quatro Elementos




A Terra e a Água
Até conhecer você, fui apenas água.
Espraiado, inundante, fluido.
Que desespero!
Ao me ver contido em tuas margens,
julguei-me enclausurado.
Levou tempo, até que eu me desse conta,
que era em teu colo firme, que eu,
líquido, repousava.
Recuperando a força, reencontrando o rumo.
Bendita sejas, terra!
Que na aparente dureza
da cova aberta em teu seio,
me aconchegaste, me conduziste.
Pela firme compressão dos teus flancos
me percebi mais livre, ganhando velocidade,
gerando energia e sabendo
em que direção ela manava.

O Fogo e o Ar
Teria sido apenas um lampejo,
consumido da energia de mim mesmo.
não fosse o sopro,
o invisível berço,
que me tomou de sobressalto.
Estranho!
Que combustível este,
a me aumentar as formas.
me propagando ao ponto,
onde mais nada houvesse,
que o meu calor não alcançasse?
Terias sido tú, o silenciar daquilo.
que repousa no éter!
Teria sido eu apenas um forno,
que não conheceu o pão da alma.
Nada serias, além de sopro frio e sem guia.
Nada eu seria além de luz que brilha.
Nem haveriam idéias
Tampouco a vontade de tê-las.

12 junho 2006

Vale a pena




Que todos se enamorem de si mesmos,
Não como narcisos,
mas reconhecendo o próprio valor.

O amor não está à venda nas vitrines.

Tenham uma semana de cabeça boa e coração leve!

05 junho 2006

Uma Mulher chamada D

Quem é o iluminado?
No seu tempo, é sempre um louco delirante que faz tudo diferente de todos. Ele sofre, principalmente, de um alto senso de dignidade humana - o que o torna insuportável para todos os próximos - que são indignos.
Ele sofre, depois, de uma completa cegueira em relação à "realidade" (convencional) que ele não respeita nem um pouco. Ama desbragadamente - o sem vergonha. Comporta-se como se as pessoas merecessem confiança, como se todos fossem bons, como se toda criatura fosse amável, linda, admirável.
Assim ele vai deixando um rastro de luz por onde quer que passe.
Porque se encanta, porque se apaixona, porque abraça com calor e com amor, porque sorri e é feliz. Como pode esse louco?....

(trecho da introdução do livro "A Carícia Essencial" - Roberto Shinyashiki)

Dia Mundial do Meio-Ambiente

Comemorar menos

Tomar Atitudes +

30 maio 2006

Querendo ou Não



Somos os nós de uma teia infinita, não sou eu o primeiro a falar nisso. Impossível não ser tocado pelas ondas que circulam livremente pelo imenso espaço que muitos julgam vazio.

Cada encontro, pensamento, uma palavra que seja, um silêncio, reverbera nesse campo e produz transformações.

A mente limitada, só vai se dar conta das mudanças, quando o movimento já se tornou tão grande, que provoca vagalhões imensos, muitas vezes arrebentando tudo ao redor.

As grandes explosões começam com um fino rastilho, que serpenteia reluzente.

Você fez a diferença na minha vida e eu sou grato. Gratidão é uma palavra bonita de um sentimento bonito, que as almas leves reconhecem, não como dívida como preferem muitos, mas como completude interior.

Você me deu a maravilhosa chance de aceitar, de exercitar o olho através do coração, que enxerga a grande cena, me deu um presente.

Feliz então por encontrar uma das portas que eu procurava há tanto tempo. Sabendo que existia sem conseguir enxergá-la, me vi criando de novo, sentindo a inspiração retornar, sinalizando que o tampão se desprendera. E o que já foi medo de perder, tornou-se a certeza de encontrar.

Querendo ou não você pôs o dedo, sendo do seu jeito, sem disfarces e me ofereceu uma dimensão mais perfeita, dentro da minha própria busca.

Bom que você tenha esse dom, bom que eu estivesse de alma aberta para perceber.

Obrigado por saber ocupar seu espaço, ainda que por ventura você nunca tenha pensado nisso. Fato é que somos os nós de uma teia infinita. Impossível não ser tocado pelas ondas que circulam livremente pelo imenso espaço que muitos julgam vazio, restando dificuldade apenas naqueles que ainda permanecem fechados para percebê-lo. Querendo ou não você me deu esse presente e eu vou lembrar dele eternamente.

26 maio 2006

Sobre não ser comum




De sins e nãos a vida é feita, pouco importa como sejam ditos.
E deles, nascem os limites e os infinitos. E é isso o que a faz perfeita.

Podia simplesmente olhar nos teus olhos (lindos por sinal)
E dizer: - “Estou Apaixonado”.

E assim tornaria comum e raso,
o sentimento que se agiganta dentro de mim.

Pensar assim, traria conseqüências comuns,
Que a maioria dos humanos já conhece.

Eu quero mais.
Quero a Vida que borbulha nas entrelinhas.
O êxtase e o delírio, sublimando os sentidos.

Há os que transam, comem pizza e assistem filmes.

Eu quero ouvir os sons, sentir os cheiros e as texturas,
De outro corpo, já que os temos. Sem barreiras.

Deixar pra lá o coito automático,
Porque só serve para procriar.

Há uma música que exala da pele que encontra outra pele
Há uma dança das mãos e pés,
Bocas e braços que se procuram,
Corpos inteiros que se exploram.

Longe da estética comum que só valoriza o exterior,
Tocar o outro, como quem desarma uma bomba.
Meticuloso, delicado, observador,
Esperando a explosão a qualquer momento.

Eu quero olho no olho, enquanto tudo em volta transcende.

E partilhar dia-a-dia, as coisas triviais,
Cama, mesa, cozinha. As habituais correrias.
Viver um pacto, que abrace a experiência toda.
O trivial encanta, quando o transcendente o toma.
As carícias, os conflitos são o passo e o contra-passo. A Dança.

Não sei falar como muitos falam, nem sei pedir.
Para fazê-lo eu danço do meu jeito. E quero um par.

De sins e nãos a vida é feita, pouco importa como sejam ditos.
E deles, nascem os limites e os infinitos.
E é isso o que a faz perfeita.

23 maio 2006

Cumplicidade




Vou escrever sem acento
ate que chegue o momento
que o seu yahoo fique bem.

E se voce chegar cansada
com cara de quem nao quer nada
posso cantar nana nenem

Enquanto voce corre pra chegar
querendo um jeito de juntar
seus dois mundos.

Eu posso o alface temperar
enquanto no fogao faco o jantar
e a musica suave ao fundo.

O aviao vai te levar pra longe
eu posso me guardar igual a um monge
e so abrir as asas quando voce voltar

Pra te proteger, te acariciar, Pra te ver sorrir

E entao eu sei que voce vai dancar
como uma borboleta pelo ar
sem medo.
E faca mil bananas no tatame
e quando voce se cansar me chame

Vou escrever sem acento
ate que chegue o momento
que luz e sombra se encontrem
e tudo fique bem

Pra te ver brilhar, pra te ver.

16 maio 2006

A Dança




Não hei de explicar o que caminha, nos caminhos que passeiam.
Sob a sola dos meus sapatos.
Nem explicar o prazer que me invade
Se o explicasse não seria prazeroso.

Há certos ventos que sopram no meu rosto.
Moldando a inspiração que a alma verte.
Venta porque se agitam teus cabelos.

Como o recém-nascido, sugo o leite.
Não vou me ater a ele ou ao ato de sugá-lo.
Quero o prazer de ali, sabê-lo.

O fino fio de água que brota da rocha,
Há de chegar ao mar de algum jeito.

Um rosto fugidio na multidão,
Pode inspirar o artista para sempre.
A musa já não é mais ela,
Mas a energia que brotou de sua passagem.

As cores da paleta buscam os pincéis,
Como as palavras escorrem da caneta.
Inanimados objetos que se fundem
Na tela e no papel deixando rastros.

E se eu falasse só de ti,
Não te veria senão por um momento.
E se eu te ouvisse, só a ti.
Não te respiraria mais que um hausto.

Mas se te sentisse em cada folha de grama,
Em cada raio de sol, em cada grão de areia.
Ali estarias tu, como a me sorrir a cada instante.

E dessa dança, dos rodopios coloridos,
Brotariam estrelas e planetas.
Pois o Universo é uma dança que nunca se interrompe.

A poeira dos astros há de se encontrar e criar vida.
Como essa mesma vida há de se perder aos olhos pífios.
E então, poeira, há de girar nesse bailado infindo.

Por onde passa não se cansa, respiração infinita,
Razão primeira e última de tudo o que vejo ou não vejo,
De tudo que é, de tudo que eu não sei que sou.
Sem se perder jamais, sem se colocar limites.

05 maio 2006

Esmeralda e o Pássaro - jan/2002

É preciso que a vida tenha um fio

A vida é uma trama infinita onde todas as coisas, visíveis ou não estão entrelaçadas. Pessoas, situações e coisas formam um cipoal imenso e muito além da nossa capacidade de compreensão e absolutamente coerente com o Propósito Supremo de todas as coisas.
Não existe portanto ação, seja de que ordem for, que não traga conseqüência. Não existe gesto inocente, pelo menos no sentido literal da palavra. Do mesmo modo não existem meias verdades, meias mentiras, ou qualquer outro nome ou figura que se use para justificar nossa necessidade de manipular os resultados da vida. Cada gesto gera uma conseqüência, infalivelmente, hoje ou daqui a cem anos.
Desse modo tudo aquilo que é feito no correr de um dia, determina o momento seguinte e assim por diante. Se queremos que determinada coisa aconteça, devemos trabalhar direta e deliberadamente para isso, sem jogos, sem dissimulação. Caso contrário ou estamos nos enganando ou não queremos de verdade e aí estaremos nos enganando duplamente.
Deus perdoa as crianças, porque vivem o recomeço e as conseqüências de seus gestos são amortecidas temporariamente, mas não esquecidas, porque no futuro o desenho de sua própria trama, haverá de ser reavaliado.
Não podemos aceitar conviver com pessoas, situações e coisas e do mesmo modo, não podemos limitar outras, para atender aos nossos caprichos e medos. A vida ou é um exercício de alto risco, ou não é nada.
Os limites na vida, não são impedimento, mas muito mais, visualização de território.
Aquilo que não é feito, não produz resultado, nunca. O comprometimento que não se torna explícito é um laço frouxo, é porta para o desvio, aquilo que o ser humano mediano focado apenas na matéria chamaria de acaso ou fatalidade, porque não enxerga a fina trama que une todos os gestos.
Entre os que dormem desculpável, que venham as sucessivas reencarnações, que venham os altos e baixos da vida e aquele "dar de ombros" de quem diz "coisas da vida".
Entre despertos, por pouco que seja, inconcebível, porque nesses o peso será maior. Sujeitos sim às mesmas leis, terão mais trabalho, sofrerão mais fundamente as inconseqüências de suas ações.
Aos que dormem é dado o direito de repisar comportamentos, a massa só pode ir ao forno se for homogênea. Aos despertos não, porque a evolução é constante e não se assa duas vezes o mesmo pão e é obrigação portanto dar soluções mais elevadas, para os mesmos problemas.
Estar desperto, não significa ser perfeito ou superior, porque o edifício evolutivo é interminável, mas já é motivo suficiente para não ser medíocre, já oferece base adequada para perguntas mais sólidas e comportamentos levemente diferenciados.
O desperto sabe que as coisas não são finitas, que a experiência abandonada hoje voltará necessariamente amanhã e sempre em condições menos favoráveis na proporção do grau de abandono.
O desperto sabe que se tentar viver como medíocre, terá sucesso no mundo dos medíocres e ficará em débito com o mundo dos despertos.
Será o máximo (em terra de cego quem tem um olho é rei) e será idolatrado, porque os medíocres se espantam e admiram de tudo, mas estará invariavelmente acumulando fardos que teria de carregar para o mundo dos despertos.
O desperto enfim não dissimula, à espera do melhor resultado, à espera do que lhe seja conveniente para dessa forma poder sempre ter uma desculpa ou uma válvula de escape.
O desperto assume posturas e quando erra pede perdão e automaticamente se propõe a não cometer o mesmo erro. Os outros despertos perdoam e sabedores de que são suscetíveis de erro, (quem não erra?) retomam a caminhada. Os que dormem são os que atiram pedras e viram as costas, apoiados na visão embaçada que uma ida à igreja no domingo já lhes garantirá um terreninho no céu.
Os despertos enfim, sofrem mais, porque não é fácil viver cercado de medíocres, mas sabedores que a vida é uma trama infinita, conscientes de que também estão evoluindo e que também tem débitos acumulados, ainda no tempo de sua mediocridade, levantam a cabeça e seguem, porque a vida não para nunca.
Os medíocres, dão de ombro e mudam de gente e lugar como quem troca de roupa. Atravessam a rua ou viram a cara para não cruzar com o inconveniente. Mudam de comportamento em função do ambiente em que se encontram e vivem com a cabeça ocupada em pensar histórias mirabolantes para justificar os passos de sua vida. E não percebem que há despertos em volta (sempre há) que lhes vislumbram as tentativas sabidamente infrutíferas que estes fazem para enganar o mundo e a si mesmo de que estão sempre certos e que nunca serão descobertos nas suas mediocridades. E fazem muitas coisas mais, para disfarçar o tormento interior que lhes consome até o dia em que certamente despertarão.
Enquanto isso lançam a dúvida, mãe das paixões de larga prole e se comportam de maneira subjetiva dando margem à suspeita, mãe de todas as tragédias, achando que assim garantirão um lugar nesse mundo pequeno das aparências, levantando muros de palha atrás dos quais se sentem seguros esquecendo que venta. Aceitando favores condicionados e ferindo friamente os corações que lhes são próximos apenas para saciar seus desejos pequenos de progresso e conforto, esquecendo que a trama da vida é uma fina renda por onde as almas despertas passeiam e as almas medíocres se enroscam como quem entra numa casa abandonada cheia de teias de aranhas. Aliás penso que a aranha existe exatamente para nos mostrar isso, a necessidade da leveza dos passos.
Aos despertos cabe enfim, conscientes de que também são pequenos diante das leis superiores, amá-los, confiando verdadeiramente que haverão de despertar. E permanecer próximos para estender-lhes as mãos tão logo seus olhos se abram para que os primeiros raios da luz da vida renovada os alcance e corajosamente quietos e impassivos até que o último segundo de escuridão se dissipe. Porque para tudo existe um tempo (Eclesiastes 3:1/21) que nem é curto, nem longo, mas absolutamente executável se quisermos aqui e agora, pelo simples poder da nossa vontade.
A vida é uma trama infinita onde todas as coisas, visíveis ou não estão entrelaçadas. Pessoas, situações e coisas formam um cipoal imenso e muito além da nossa capacidade de compreensão e absolutamente coerente com o Propósito Supremo de todas as coisas. Se estou desperto é minha obrigação lembrar disso em cada ato, pensamento e palavra em minha vida e na vida dos que estão ao meu redor neste tempo momento e lugar.

04 maio 2006

Ela

Dança uma dança que eu nunca vi,
Sonha num sono que eu nunca dormi.
Brilha de um jeito que eu não entendo.

Adoro o teu sorriso e o teu jeito
Moleca, bailarina, boa de briga.

Deixa eu gostar de você.
Um pouco mais cada dia.

28 abril 2006

Supostos

Vão falar coisas a meu respeito.
e por respeito, irei ouvir.
mas as coisas são de outro jeito.

Vão pensar coisas a meu respeito.
que se eu souber, irei rir.
esse é o único jeito.

Vão agir de certo modo a meu respeito.
mas nada irei sentir.
do meu só eu sei o jeito.

Artemcacos - Abertura

Artemcacos - momento zero - daqui pra frente é deixar rolar

jornal web Farol Comunitário

Pode acreditar

Tudo vale a pena se a alma não é pequena - Fernando Pessoa